Edição extra: Primavera arabe virou golpe de Estado?

Militares ocupam centro do Cairo; acompanhe

Acaba hoje o ultimato dado pelas Forças Armadas egípcias para que governo e oposição ponham um fim à crise no país. Milhões de pessoas saíram às ruas pedindo a renúncia do presidente Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana, que prometeu não deixar o poder. Acompanhe os desdobramentos da crise aqui no Radar Global, com informações da redação e do nosso enviado especial ao Cairo, Andrei Netto
16h14: Maher El-Beheiry, presidente da Corte Constitucional do Egito desde 1º de julho de 2012, será o novo chefe de Estado interino, reporta @andreinetto. Ele será incumbido da formação de um governo tecnocrático para realizar a transição até novas eleições
16h13: Pela atual Constituição, caberia ao chefe do Parlamento, que é da Irmandade Muçulmana, assumir o governo
16h10: “Acabou. Mohamed Morsi está oficialmente deposto da presidência do Egito”, relata @andreinetto, direto do Cairo
16h09: O general informa que Morsi foi deposto e o chefe do Judiciário assumirá um governo interino. A Constituição de novembro foi suspensa
16h06: “Por diversos meses, nós tentamos reconciliar os grupos políticos egípcios. A presidência não atendeu às demandas do povo”, diz o general Al-Sissi
16h02: Começa o comunicado do Exército egípcio: “O Exército não poderia virar as costas para suas responsabilidades.  O Exército sentiu que o povo egípcio o chamou, não para governar, mas para servir. O Exército recebeu essa mensagem e a compreendeu.”
15h54: Segundo o jornal egípcio Al-Ahram, Morsi foi informado pelo Exército há cerca de duas horas de que não é mais o presidente do país
15h40: Militares cercam partidários de Morsi com arame farpado “para garantir a segurança dos manifestantes”. Foto:  Ahmed Gomaa/ AP
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15h35: O repórter @andreinetto informa que um dos cenários possíveis a ser anunciado hoje é a posse do presidente da Corte Constitucional, interino, e a convocação de eleições gerais e uma nova Constituinte.
15h33: Começam a chegar imagens da ocupação militar no  centro do Cairo. Tanques circundam o Palácio Presidencial

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15h17: Segundo a France Presse, o secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, telefonou ontem para o chefe das Forças Armadas do Egito, general  Abdel-Fattah el-Sisi. O conteúdo do telefonema não foi divulgado. Oficialmente, o departamento de Estado diz que Washington permanece comprometido com o processo democrático egípcio
15h07: O mapa de transição do Egito será anunciado pelo papa copta Alexandre II e pelo líder da oposição secular, Mohammed ElBaradei
15h04:  Blindados das Forças Armadas estacionados em grandes avenidas da capital, inclusive às que levam à Universidade do Cairo, informa @andreinetto. Não há bloqueios, mas as pontes sobre o rio Nilo estão sendo monitoradas. O centro da cidade segue muito festivo. Em Nasr Street, onde estão concentrados os islamistas o clima é tenso.
14h19: Segundo os militares, os tanques foram deslocados “para garantir a segurança dos partidários de Morsi”
14h12: Segundo a Reuters, uma barreira com arame farpado e bloqueios está sendo erguida em volta do local onde, acredita-se, está o presidente Morsi
14h03: Segundo o jornal egípcio Al-Ahram, tropas estão dispostas em locais estratégicos do Cairo: o palácio presidencial, a mesquita de Rabaa, a Universidade do Cairo e na Praça Tahrir.
14h01: Espera-se para as 15h um comunicado dos militares ao país. A reunião com líderes religiosos e a oposição secular acabou há pouco
13h54: Helicópteros do Exército sobrevoam a Praça Tahrir. Foto: Hassan Ammar/ AP
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13h26: Vamos a um resumo da situação até o momento no Egito:
- Tanques tomaram o centro do Cairo enquanto o governo denuncia um golpe militar das Forças Armadas. O presidente Mohammed Morsi está no quartel da Guarda Republicana, ainda leal a ele. Fontes de segurança dizem que o líder egípcio, os dois principais líderes da Irmandade Muçulmana foram proibidos de deixar o país. Na praça Tahrir, a multidão celebrou a chegada dos tanques.  Morsi pediu, por meio de um porta-voz, que o povo resista pacificamente ao golpe. Uma grande manifestação de partidários da Irmandade Muçulmana está reunida a poucos metros da Praça Tahrir e os tanques se dirigem para lá.  O clima é de tensão.
- O Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, rejeitou reunir-se com os militares e líderes da oposição e acusou o Exército de impor o nome de Mohmamed ElBaradei como líder de unidade. Participaram do encontro também líderes coptas e muçulmanos
- A oposição propôs a formação de um governo de transição, com um governo temporário e a convocação de uma nova Constituinte
- Morsi ofereceu uma série de concessões, entre elas a formação de um governo de coalizão e um referendo revocatório, o que foi rejeitado pelos militares
- Em público, o presidente prometeu defender o cargo com a vida. Os militares responderam dizendo estar prontos para dar o sangue pelo Egito
13h23: Segue o relato do repórter:
“Tropas que chegam estão sendo ovacionadas pela multidão.Militares acabam de passar na minha frente. Incrível – e espantosa – a festa popular. Mohamed Morsi está sendo deposto da presidência do #Egito.”
13h21: Nosso enviado especial ao Cairo, @andreinetto, testemunhou a passagem dos tanques pelo centro do Cairo. Eles estão a caminho de uma manifestação de partidários de Morsi, perto da Praça Tahrir
13h15: Tanques militares realizam parada militar perto do Palácio Presidencial, informa a agência Reuters 
13H11: Um assessor de Morsi disse à agência Reuters que o presidente segue trabalhando no quartel da Guarda Republicana, ainda leal a ele, mas não está claro se ele pode deixar o local. Morsi pediu que a população resista ao golpe militar pacificamente
13h02: Sozinho, manifestante contrário a Morsi enfrenta defensores do presidente armado de um facão e uma cadeira em  Damietta. Há confrontos em várias cidades do Delta do Nilo e manifestações foram registradas em grandes cidades como Alexandria. Foto: Hamada Elrasam/ AP
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12h56: Fontes de segurança também confirmaram à agência France Presse que Morsi e os dois principais líderes da Irmandade Muçulmana estão proibidos de deixar o país.
12h49: Um dos principais assessores de política externa de Morsi, Essam El-Haddad, escreveu em sua página no Facebook, um post no qual afirma que os eventos recentes no país fazem parte de “um golpe militar em marcha”. “Pelo bem da precisão histórica, vamos chamar isso do que realmente é: um golpe militar”, escreveu
12h44: Segundo o New York Times,  Morsi e os dois principais líderes da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie e Khairat el-Shater foram impedidos de deixar o país. A notícia foi veiculada também por meios de comunicação ligados à oposição egípcia
12h32: Assista a vídeo produzido pela TV Estadão sobre os protestos no Egito

12h29: Festa imensa na praça Tahir com o anúncio de que líderes políticos da Irmandade Muçulmana no governo estariam sendo presos, relata @andreinetto.  O anúncio foi feito pela TV Al-Hayat, ligada à oposição, mas ainda não foi confirmado oficialmente.
12h25: Há poucos minutos, a Praça Tahrir, no centro do Cairo, estava assim: (Foto: Andre Pain/Efe)
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12h21: Tanques são posicionados em base militar do Cairo: Hassan Ammar/ AP
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12h15: A edição de hoje do @Estadao traz análises e entrevistas sobre a crise egípcia. Leia o artigo “À beira de um abismo, de Daniel Steinvorth, da Der Spiegel, e a entrevista do o cientista político Adel Rifaat, estudioso do regime de Mubarak: ‘O povo está derrubando 7 mil anos de despotismo’
12h00: Morsi oferece governo de unidade para pôr fim à crise e propõe emendar a Constituição aprovada em dezembro, duramente criticada pela oposição. Ultimato expira.
11h59: Morsi volta a se pronunciar por meio de comunicado: Presidente se nega a renunciar e pede que o Exército não tome partidos
11h58: Veja uma galeria de fotos dos protestos
11h49: Segue um pequeno resumo dos acontecimentos desta manhã:
- Multidão de manifestantes contrários a Morsi se reuniram na Praça Tahrir à espera do fim do ultimato dado pelos militares. Acredita-se que o presidente esteja no quartel da Guarda Republicana.
- O Partido Liberdade e Justiça,braço político da Irmandade Muçulmana, rejeitou reunir-se com os militares e líderes da oposição e acusou o Exército de impor o nome de Mohmamed ElBaradei como líder de unidade. Participaram do encontro também líderes coptas e muçulmanos
- A oposição propôs a formação de um governo de transição, com um governo temporário e a convocação de uma nova Constituinte
- Morsi ofereceu uma série de concessões, entre elas a formação de um governo de coalizão e um referendo revocatório, o que foi rejeitado pelos militares
- Em público, o presidente prometeu defender o cargo com a vida. Os militares responderam dizendo estar prontos para dar o sangue pelo Egito
11h46: Na Praça Tahir,  cresce muito a concentração de opositores a Morsi, conta  Andrei Netto  (@andreinetto). “Caia Fora!”, gritam os opositores de Morsi. Faltam 20 minutos para o fim do prazo dado pelas Forças Armadas
11h42: Milhares de pessoas nas ruas. Homens com escudos de aço improvisados e bastões de madeira bloqueiam acesso, relata Andrei Netto  (@andreinetto). Dizem que estão se defendendo de ataques, porque a polícia os abandonou. Ao apoiarem Morsi, afirmam estarem defendendo a democracia e o resultando das eleições de 2012, que o elegeu presidente.Também afirmam defenderem a Constituição do país. Os oposicionistas protestam justamente contra essa constituição.
11h42: Nas ruas, duas grandes concentrações: em Nasr Street estão os pró-Morsi, e em Tahrir Square, seus opositores.
 11h33: Segundo nosso enviado especial Andrei Netto ( @andreinetto),  rumores há pouco sobre as Forças Armadas terem tomado a TV estatal do Egito eram falsos.   A Guarda Republicana, fiel ao governo, está no prédio.
11h19: A agência Reuters tem um streaming ao vivo da Praça Tahrir, palco dos protestos que derrubaram a ditadura militar e agora podem levar a queda do primeiro governo democraticamente eleito da história do Egito;
11h27: ”O comando das Forças Armadas está se reunindo com figuras religiosas, políticas e jovens. Um comunicado será divulgado após o fim da reunião”, disse o Exército em comunicado. O ultimato dado na segunda-feira acaba por volta do meio-dia (horário de Brasília).
 11h19: Segundo o enviado especial do Estado ao Cairo, Andrei Netto (@andreinetto) , a manhã foi calma nas ruas da  cidade. Os protestos foram até muito tarde e devem ser retomados no começo da noite de hoje (tarde no horário brasileiro)
11h10: Comandantes do Exército egípcio se reuniram com lideranças políticas e religiosas do país. Participaram da reunião o papa cristão copta, o principal clérigo islâmico e o líder da oposição laica, o diplomata Mohammed ElBaradei

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/radar-global/ultimo-dia-de-ultimato-contra-o-governo-no-egito-acompanhe/

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