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Mostrando postagens de 2013

Brasil é denunciado por punir críticas a políticos

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Imagem: Reprodução O Brasil foi acusado nessa terça-feira, 29, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, de violar tratados internacionais sobre a liberdade de expressão por abrigar leis que criminalizam, como casos de calúnia, injúria e difamação, críticas e denúncias da mídia envolvendo ocupantes de cargos públicos. A discussão foi levada à comissão - que é ligada à Organização dos Estados Americanos - pela ONG Artigo19, dedicada à defesa da liberdade de informação e de expressão. Caso não haja adequação da legislação brasileira aos tratados internacionais, a ONG pretende pedir a abertura de um processo contra o Brasil na Corte Interamericana de Direitos Humanos, que funciona em San José, na Costa Rica. Segundo a ONG, os chamados "crimes contra a honra" são usados como um "instrumento político de intimidação" e cerceiam a liberdade de expressão. Previstos na legislação atual do País, os delitos podem receber punição ai

Mulheres de Atenas: o reflexo do genocídio da população preta, pobre e periférica na vida das mulheres negras

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De  Douglas Belchior Dias de festa não capazes de maquiar o enorme sofrimento cotidiano vivido pela população negra e pobre moradora das periferias do país. Qual a condição das mulheres no contexto da prática da violência permanente do Estado e do genocídio da juventude negra? Para contribuir com esse debate trago nesta postagem a reflexão da militante do Núcleo de Consciência Negra da UNICAMP, Mariana Pimentel , estudante da área das Ciências Sociais com foco nos estudos sobre raça e gênero. Por Mariana Pimentel , do “ Blogueiras Negras ” Pobre, jovem e negro: esse é o perfil exemplar das vítimas de homicídio hoje no Brasil, que se por vezes não morrem através da ação da polícia à mando do Estado genocida, morrem através da guerra declarada contra as drogas que serve como pano de fundo para culpabilizar e consequentemente exterminar os jovens com este perfil, tendo muitas vezes como justificativa, o auto de resistência seguido de morte. No Brasil hoje,

PT separa R$10 milhões para 'guerra suja' na Internet, denunciam mídias

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Leandro Fortes, à direita. Imagem: Reprodução A revista Veja e o site Brasil 247 expõem nesta semana as entranhas de uma "guerra suja" que está começando a ser travada pela internet. Segundo o relatado, o PT provisionou R$ 10 milhões para financiar ataques a adversários na internet, através da agência Pepper, que tem contratos com estatais federais e é especializada em marketing político digital. Segundo Veja, para reforçar o seu time de profissionais da difamação, a Pepper contratou o jornalista Leandro Fortes, "especialista no assunto". Leandro Fortes responde a vários processos por calúnia em Goiás, depois de publicar reportagens, na revista Carta Capital, acusando o governador Marconi Perillo de montar uma central de grampos – sem nenhuma prova, afirma-se. Leia também:  Lula convoca militantes para "guerra" na Internet O jornalista Augusto Nunes antecipou a reportagem: Por que será que a Pepper, de

Auto de reflexão

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  Mais um ano esta terminando e não estou aqui pra desejar Feliz Natal ou Feliz Ano Novo, pois seria muita hipocrisia nutrir sentimentos tão sem nexo, ainda mais por datas que perderam totalmente o sentido para minha pessoa e poucas pessoas ouviriam essas felicitações da minha boca de modo sincero e verdadeiro. Escrevo essas linhas simplesmente para uma, alto crítica que irei dividir junto com vocês. Um ano de muitas expectativas mais no plano profissional do que no pessoal, havia pra mim um novo desafio que era ministrar aulas onde estudei com a finalidade na época de passar no vestibular. Consegui passar por essa “prova” pode não ter sido com louvor, mas com a sensação de dever comprido e muito feliz pela oportunidade dada pela minha coordenação e claro é uma pessoa que ainda por cima é amiga e sempre terá meu respeito. Como sabemos nem tudo são flores tive decepções também, principalmente por que no profissional “comprei” uma brinca que se mostrou no final desculpe a pala

MIB (Música Imbecil Brasileira): o sertanejo universitário na era da imbecilidade monossilábica

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Por Rafael Teodoro do site Revista Bula Um movimento circular, no qual aquele que nada tem a oferecer intelectualmente alimenta com sua arte quem já se encontra morrendo de inanição cerebral Há uma tendência idiomática, estudada pelos gramáticos e linguistas, e mesmo constatável empiricamente, que consiste na ação do falante de abreviar as palavras. Assim, palavras longas são reduzidas ao longo do tempo. Exemplo clássico encontra-se no pronome “vocês”. Esta forma, tal como se encontra hoje registrada nos léxicos, nem sempre se pôde considerar “correta”. Em Portugal, a nação europeia da qual o Brasil herdou seu idioma oficial, houve um tempo em que o pronome de tratamento real era “vossa mercê”. Expressão longa, a passagem dos séculos tratou de vulgarizá-lo, abreviando-o. Hoje o escrevemos apenas como “vo­cê” — considerando-o plenamente aceitável nos rígidos quadrantes da gramática normativa culta. Talvez a necessidade de fluidez nos diálogos possa explicar, ao

Movimentos denunciam revista íntima vexatória em mulheres

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Em protesto pelo Passe Livre, em 25 de outubro, manifestantes foram obrigadas a tirar a roupa em delegacia e realizar agachamentos nuas Por Redação Vídeo divulgado na última semana mostra "um flagrante abuso das forças policiais do Estado de São Paulo contra mulheres". No dia 25 de outubro, após o ato organizado pelo Movimento Passe Livre reivindicando Tarifa Zero na capital paulista, diversos manifestantes foram detidos pela Polícia Militar, em mais uma ação truculenta contra o direito de livre manifestação, como tem acontecido na maior parte das cidades, desde junho de 2013. Todos os detidos naquele dia foram encaminhados a diferentes delegacias da cidade, em um orquestrado show de irregularidades por parte da Polícia. Nesse dia, no entanto, somente as mulheres passaram por revista íntima vexatória ainda na delegacia. Conforme explica a Marcha Mundial das Mulheres, a revista vexatória é usada amplamente para controlar a entrada de visitantes mulheres em u

Inocente é preso, violentado na cadeia e contrai Aids

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Imagem: Márcio Silva No dia 18 de maio de 2006, ao sair de sua cela e cruzar os muros da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, Heberson Oliveira, 30, achou tudo estranho. O sol estava alto, mas não era o calor que lhe incomodava. Aquele era seu primeiro dia de liberdade após dois anos e sete meses na prisão. Nem ele acreditava mais que isso um dia pudesse acontecer. - Eu já tinha perdido as esperanças de sair da cadeia vivo. A minha cela já estava virando a minha casa - conta Heberson, quase cinco anos depois, sentado na cama tubular cor de vinho de seu irmão mais novo. Heberson Oliveira é o rosto de um silencioso drama brasileiro: o das vidas roubadas pela lentidão da Justiça. Foi preso em novembro de 2003, suspeito de ter estuprado uma menina de nove anos de idade. Ele negou ter cometido o crime e disse que sequer estava em Manaus na época em que tudo ocorreu. Mesmo sem nenhuma prova material ou testemunhal que o incriminasse, foi indiciado,

Maria da Penha: lei só no papel não funciona

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O combate à violência praticada contra a mulher tem um símbolo no Brasil: Maria da Penha. Farmacêutica bioquímica, Maria da Penha chegou a ficar internada por quatro meses devido a um tiro disparado pelo ex-marido, que a deixou paraplégica. O caso ganhou repercussão e, apesar da morosidade da Justiça, resultou na principal ferramenta jurídica de defesa das mulheres vítimas de violência. Ter seu nome vinculado à lei não a faz esmorecer. Em entrevista ao programa 3 a 1 , da  TV Brasil , ela admitiu que a lei sozinha, só no papel, não funciona. O programa vai ao ar nesta quarta-feira (18), às 20h. “Falta criar políticas públicas, [e investimentos em] delegacias da mulher, centros de referências da mulher, casa-abrigo e juizado”, disse Maria da Penha. “Mas não adianta ter a política pública se quem está trabalhando não for sensível e não for capacitado [para atender à mulher]”, acrescentou. Foram necessários quase 20 anos para que o ex-marido fosse condenado pelo crime que

Racismo explícito: negras (in)confidências & rainha de Sabá - Por: Fátima Oliveira

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"Negras (in)confidências – Bullying, não. Isto é racismo", livro organizado por Benilda Brito e Valdecir Nascimento (Mazza Edições), é uma coletânea de depoimentos de mulheres negras sobreviventes do racismo nosso de cada dia na escola. Dói. Deveria ser lido por quem dá aulas porque é uma panorâmica de como as escolas permitem e reproduzem o racismo. São memórias dolorosas da meninice de mulheres negras sob a batuta do racismo. É uma leitura imperdível e faz a gente evocar fatos que julgava perdidos ou inexistentes. Num papão animado com a Mazza e a Kia Lilly, peguei um gancho da Kia que indagou qual era a profissão da mamãe. Disse-lhe que era costureira e que fazia vestidos de fadas. E eu pude usar belos vestidos de organdi, pele de ovo, seda pura, broderie, chiffon e musseline, de algodão e de seda – tudo com muito frufru: rendas, fitas e paetês! Mamãe e vovó, que dizia que na família dela mulher tinha que luxar, não mediam esforços para concretizar o le

Nota de repúdio "racismo estatal".

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Nota de Repúdio do Conselho Nacional de Juventude sobre o ato de racismo estatal ocorrido no Shopping Vitória (ES) Na ocasião, jovens, negros e pobres, enfileirados e sem camisa foram constrangidos pela força policial em público O Conselho Nacional de Juventude, órgão responsável pela formulação e controle social das políticas públicas para juventude no Brasil, instituído pela Lei nº 11.129/2005, vem por meio desta repudiar o ato de racismo protagonizado pela Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, ocorrido no dia 30 de novembro na cidade de Vitória. Na ocasião, jovens, negros e pobres, enfileirados e sem camisa foram constrangidos pela força policial em público, dentro do Shopping Vitória, com o consentimento de lojistas e proprietários do local, em uma cena que expressa fidedignamente a doença que ainda macula a saúde política e social do Brasil chamada racismo. Fugindo da violência policial que, injustificadamente, fechou à força um baile funk que ocorria ao

Severinas: as novas mulheres do sertão

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Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus papéis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao homem, milenar como a miséria Por: Eliza Capai "Cada um tem que saber o seu lugar: a mulher tem qualidade inferior, o homem tem qualidade superior." É bem assim que fala, sem rodeios, um dos homens mais respeitados do município de Guaribas, no sertão do Piauí, pai de sete filhos (seis mulheres e um homem). "O homem é o gigante da mulher", completa "Chefe", como é conhecido Horacio Alves da Rocha na comunidade. Para chegar a Guaribas são dez horas desde a capital, Teresina, até a cidadezinha de Caracol. Dali, 40 minutos de estrada de terra cercada de caatinga até o jovem município, fundado em 1997. Em 2003, Guaribas foi escolhida como piloto do programa Fome Zero. Tinha então o segundo pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, 0,214 – para efeito de comparação, o

Não penso, logo relincho

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Um glossário com a lista dos principais clichês repetidos pelas redes sociais para justificar, no discurso, um mundo de violência e exclusão. Por Matheus Pichonelli por Matheus Pichonelli Dizem que uma mentira repetida à exaustão se transforma em verdade. Pura mentira. Uma mentira repetida à exaustão é só uma mentira, que descamba para o clichê, que descamba para o discurso. E o discurso, quando mal calibrado, é o terreno para legitimar ofensas, preconceitos, perseguições e exclusões ao longo da História. Nem sempre é resultado da má-fé. Por estranho que pareça, é na maioria das vezes fruto da indigência mental – uma indigência mental que assola as escolas, a imprensa, as tribunas, as mesas de bares, as redes sociais. Com os anos, a liberdade dos leitores para se manifestar sobre qualquer assunto e o exercício de moderação de comentários nos levam a reconhecer um clichê pelo cheiro. Listamos alguns deles abaixo com um apelo humanitário: ao replicar, você não está sendo