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Mostrando postagens de dezembro, 2014

DANIEL AARÃO REIS E A BIOGRAFIA DE LUIZ CARLOS PRESTES: A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA POR UM HISTORIADOR

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Por Anita Leocadia Prestes* Estamos diante de um livro, escrito por um historiador [1] , que poderia ser usado em sala de aula de um curso de História como modelo para os estudantes do que não deve ser um trabalho de historiador. Para E. Hobsbawm [2] , o historiador deve ter um compromisso com a evidência e, portanto, escrever uma História não só apoiada em documentos como também baseada na comparação do maior número possível de fontes documentais que lhe permitam obter os elementos necessários para uma aproximação confiável dessa evidência. Caso contrário, o historiador ficará sujeito a reproduzir e difundir informações falsas, assim como interpretações errôneas e parciais da realidade que pretende retratar. Nada disso é considerado por D. A. Reis. No seu livro, não se apresentam as fontes documentais das afirmações veiculadas. Em notas, presentes no final da obra, são citados livros ou arquivos de maneira genérica (por exemplo, “Fundo PCB no Arquivo da Internacional

Taquari: Baseada no relatório da Comissão da Verdade, prefeitura remove estátua de Costa e Silva

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Busto do ditador, que nasceu no município gaúcho, foi levado para um museu e será acompanhado de uma cópia do relatório Foto: Divulgação / Prefeitura de Taquari A divulgação do relatório final da Comissão Nacional Verdade (CNV) foi o mote decisivo para a retirada de uma estátua do presidente Arthur da Costa e Silva do principal ponto turístico de Taquari , cidade natal do ditador. Com auxílio de uma máquina retroescavadeira, a prefeitura derrubou o busto que ficava na Lagoa Armênia, desde 1976, na tarde desta terça-feira. Segundo o prefeito Emanuel Hassen (PT), conhecido como Maneco, o relatório comprovou as “atrocidades” cometidas pelo presidente, que não merece uma homenagem na Lagoa. — É o principal ponto de manifestações culturais da cidade, e a gente sabe que a ditadura foi contra qualquer manifestação, seja de música, dança ou arte. Não tinha mais sentido ficar ali — justifica Maneco. Junto do busto, uma placa explicava que foi na Lago

“Biografia” do DOI-Codi é lançada com ex-agente do Dops na plateia

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ALESP Livro é resultado de dez anos de pesquisas e entrevistas, inclusive com 25 agentes. Autor conta que o coronel Ustra tentou proibi-los de dar declarações. Relatos detalham 66 mortes, 39 sob tortura 16/12/2014 Vitor Nuzzi de São Paulo (SP) da Rede Brasil Atual O lançamento de um livro sobre o mais ativo centro de repressão da di­tadura, o DOI-Codi paulista, teve tam­bém uma representação dramática e re­al, ainda que em menor escala, do que fo­ram aqueles tempos. Durante apresenta­ção na Assembleia Legislativa, a convite da Comissão Estadual da Verdade “Ru­bens Paiva”, dia 12 de dezembro, o jorna­lista Marcelo Godoy dava detalhes de seu livro A Casa da Vovó , resultado de dez anos de pesquisas e 97 entrevistas, sen­do 25 com agentes – que aceitaram falar para contrariedade do coronel Carlos Al­berto Brilhante Ustra, comandante da­quela unidade nos anos

Carlos Santana levou a música latina em sua guitarra para o mundo

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Coluna do Nelson Mota no Jornal da Globo http://g1.globo.com/jornal-da-globo/videos/t/edicoes/v/carlos-santana-levou-a-musica-latina-em-sua-guitarra-para-o-mundo/3829345 /

A doença da "normalidade" na universidade

Somos todos normóticos em um sistema acadêmico de formação de pesquisadores e de produção de conhecimentos que está doente, e nossa Normose acadêmica tem feito naufragar o pensamento criativo e a iniciativa para o novo em nossas universidades  Doença sempre foi algo associado à anormalidade, à disfunção, a tudo aquilo que foge ao funcionamento regular. Na área médica, a doença é identificada por sintomas específicos que afetam o ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde. A saúde, por sua vez, identifica-se como sendo o estado de normalidade de funcionamento do organismo. Numa analogia com os organismos biológicos, o sociólogo Émile Durkheim também sugeriu como identificar saúde e doença em termos dos fatos sociais: saúde se reconhece pela perfeita adaptação do organismo ao seu meio, ao passo que doença é tudo o que perturba essa adaptação. Então, ser saudável é ser normal, é ser adaptado, certo? Não necessariamente: apesar de Durkheim, há quem considere que do p

Folha de São Paulo e a Didatura Militar no Brasil

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Ditadura CNV chancela versão de que a Folha emprestou carros para a ditadura Em relatório, Comissão da Verdade referenda estudo segundo a qual o apoio do jornal ao golpe não foi apenas financeiro e ideológico, mas também material por Redação — publicado 10/12/2014 16:26 Tweet Reprodução Três caminhonetes da Folha foram queimadas por militantes de esquerda em 1971. Eles acusavam o Grupo Folha de colaborar com a ditadura O relatório final da Comissão Nacional da Verdade chancela a versão de que o Grupo Folha, dono do jornal Folha de S.Paulo , deu não apenas apoio financeiro e ideológico ao golpe de 1964, mas apoio material à repressão contra os opositores da ditadura, com o fornecimento de veículos para a Operação Bandeirante, a Oban, um centro de investigações do Exército que combatia as organizações de esquerda. Em texto a respeito da colaboração de civis com o regime, elaborado por 11 pesquisadores do g rupo de trabalho s

Política: Comissão Nacional da Verdade

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Comissão da Verdade identifica 377 autores de violações aos direitos humanos Relatório final registra acusações contra presidentes da república, coronéis e médicos legistas acusados de participação em crimes durante o período Emilio Medici é um dos oito ex-presidentes responsabilizados por crimes contra os direitos humanos no relatório   Uma lista com 377 nomes de autores de graves violações dos direitos humanos é um dos itens que compõem o relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV), divulgado nesta quarta 10. A lista segue ordem cronológica e comporta de presidentes, tenentes e generais a diplomatas, médicos legistas, policiais militares e civis e até um ex-comandante de companhia aérea civil. No documento, a comissão pede, entre outras coisas, que sejam tomadas medidas para evitar a impunidade daqueles que violaram esses direitos. confira a lista a seguir e leia mais informações sobre os nomes aqui citados e as acusações que sobre eles pairam no arqu

Ditador Médici guardou em casa provas de tortura

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Comissão da Verdade do Rio encontra prontuários médicos de presos no arquivo do ex-presidente   Juliana Dal Piva   Rio - Durante décadas a cúpula do governo militar negou a prática de tortura contra presos políticos na ditadura. Não importavam as denúncias das famílias, as marcas ou sequelas das vítimas. Quase 30 anos após o fim do regime, surgem agora as primeiras provas documentais de que no auge da repressão política — 1970 — o próprio general e então presidente da República Emílio Garrastazu Médici sabia em detalhes sobre a violência dos quartéis e suas consequências fí

Novo apartheid?

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Israel, rumo ao apartheid Para agradar à ultradireita, projeto do governo coloca o judaísmo de Estado acima da democracia e dos direitos humanos Benjamin Netanyahu durante entrevista coletiva em 1º de dezembro: ele faz mais um aceno para os extremistas Dizer que Israel é um “Estado Judeu” pode soar trivial, mas não é. A expressão consta da Declaração de Independência, mas sem uma definição clara. O conceito de “judeu” é problemático e seus primeiros líderes se queriam modernos e laicos, mesmo se não se importavam se isso soava às minorias tão ofensivo quanto seria os Estados Unidos se proclamarem “Estado Anglo-Saxão Protestante” ou o Brasil “Estado Eurodescendente Católico”. Na prática, isso não impediu Tel-Aviv de tratar como cidadãos de segunda classe os não judeus, principalmente os árabes que não conseguiu expulsar em 1948. Os cidadãos são oficialmente classificados por “le’om”, “etnia”: “judeu” para os cidadãos de primeira classe, “russo”, “francês” e as

100 Cidades Africanas Destruídas Pelos Europeus, parte I

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  PORQUE existem poucos edifícios históricos e monumentos na África subsaariana! O motivo é simples. Os europeus destruíram a maior parte. Só nos restam os desenhos e descrições de viajantes que visitaram os lugares antes das destruições. Em alguns lugares, ainda se podem ver ruínas. Muitas cidades foram abandonadas e viraram ruína quando os europeus trouxeram doenças exóticas (varíola e gripe) que começaram a se espalhar e matar gente. As ruínas dessas cidades ainda se encontram escondidas. De fato, a maior parte da história de África está ainda soterrada. Neste artigo, vou compartilhar fragmentos de informação sobre África antes da chegada dos Europeus, as cidades destruídas e as lições que podemos aprender, enquanto africanos, para o futuro. A coleta de fatos que dizem respeito ao estado das cidades africanas antes da sua destruição é feito por  Robin Walker , um distinto pan-africanista e historiador, autor do livro  ‘When We Ruled’  ( Quando Governamos ), e por  PD