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Mostrando postagens de maio, 2014

Foto inédita do corpo de Carlos Lamarca é liberada pelo Arquivo Nacional

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Uma rara foto do corpo do guerrilheiro Carlos Lamarca (1937-1971) revela os vários ferimentos a bala que ele sofreu no cerco militar que o matou, no interior da Bahia. "Para mim, a foto é inédita, eu nunca a tinha visto", disse o advogado da família Lamarca Essa e outras imagens de um dos principais nomes da resistência armada à ditadura militar, hoje sob a guarda do Arquivo Nacional, foram tiradas no Instituto Médico Legal de Salvador (BA) possivelmente por agentes do SNI (Serviço Nacional de Informações). “Para mim, a foto é inédita, eu nunca a tinha visto”, disse o advogado da família Lamarca, o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh. O filho de Lamarca, César, preferiu não fazer comentários sobre o conteúdo das imagens. A família luta na Justiça para validar a indenização mensal recebida da União, suspensa após liminar obtida por três clubes militares. O Arquivo Nacional também guarda fotos do corpo de José Campos Barreto, o Zequinha, militan

A Deputada que calou a Assembleia

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Deputada Cidinha Campos e a corrupção. https://www.youtube.com/watch?v=NmKmYAeXNfo

Copa do Mundo, torneio de homens?

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Marília Moschkovich Publicidade de sabão em pó, durante Copa das Confederações. Apontado o machismo, Procter & Gamble, a fabricante, “pediu desculpas”… Que linha imaginária exclui mulheres da imagem tão masculina do campeonato, se são tantas e em posições tão essenciais? Por Marília Moschovich , na coluna  Mulher Alternativa Então é Natal; quer dizer, Copa. Então é Copa. Um evento internacional que faz girar toda uma economia própria como um trator sobre os direitos humanos — nada mais normal no capitalismo, devo dizer. Além de todas as questões frequentemente apontadas por setores críticos à realização da Copa do Mundo da FIFA no Brasil em meio a protestos diversos nas ruas de cidades-sede dos jogos, um outro aspecto parece estar sendo curiosamente ignorado: a Copa tem gênero. Não é preciso muito esforço para perceber que o gênero da Copa — apesar da palavra no feminino — é masculino. A Copa é um evento organizado por uma corporação feita por homens (a F

Qualidade musical da safra dos anos 60 e 70 dificilmente será repetida

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Toquinho Em seus variados gêneros, a música brasileira sempre foi envolvente, por sua estrutura técnica, por sua essência popular e pelo talento de seus compositores e intérpretes. No fluir do tempo e na diversificação dos ritmos, o povo reconhecia a energia nordestina de Luiz Gonzaga, a bossa de Noel Rosa e o eruditismo caipira de Villa-Lobos como eco de seus sentimentos. Vibrava com a dolência de Pixinguinha, a brasilidade de Ary Barroso e a simplicidade de Cartola e Nelson Cavaquinho. Sofria com as angústias de Dolores Duran, se apaixonava com a ternura de Lúcio Alves e Dick Farney e se enternecia com a malemolência de Dorival Caymmi. Envolvia-se tanto com os arroubos emocionais de Maysa e Lupicínio Rodrigues quanto com a expansividade de Emilinha Borba e Marlene e a suavidade de Elizeth Cardoso, adotando Orlando Silva, Francisco Alves, Silvio Caldas, Cauby Peixoto, Angela Maria e Nelson Gonçalves como guardadores de seu coração. Ma

CINEMA E HISTÓRIA: REPRESENTAÇÕES DO AUTORITARISMO EM MEMÓRIAS DO CÁRCERE DE NELSON PEREIRA DOS SANTOS*

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Em uma entrevista, Nelson Pereira dos Santos disse que “[...] a democracia no Brasil é um intervalo comercial”.1 Aproveitando o início de um desses “intervalos”, na década de 1980, o cineasta retomou um projeto acalentado com o sucesso do filme Vidas Secas (1963) – levar às telas o livro Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos. O projeto de Nelson esbarrou no delicado momento político pelo qual o Brasil passou após 1964 e no envolvimento pessoal do cineasta em outros projetos cinematográficos como El Justicero (1967), Fome de Amor (1968), Azyllo Muito Louco (1969), Como era gostoso o meu francês (1970) e Quem é Beta? (1972), O Amuleto de Ogum (1974), Tenda dos Milagres (1977) e Estrada da Vida (1980). Segundo o cineasta, a demora de vinte anos em retomar o projeto de filmar Memórias “[...] não atrapalhou, significou apren dizado, amadurecimento, eu não poderia fazer tão bem naquela época”. Perguntado sobre o que encontrou em Graciliano que lhe deu vontade de leválo novamen

"O pai renega seu filho:" Galeano renega seu maior clássico: "texto ruim"

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Uruguaio Eduardo Galeano diz que "As Veias Abertas da América Latina" pretendia ser um livro de economia política, mas que ele não tinha o treinamento e o preparo necessários: "Eu não seria capaz de reler esse livro; cairia dormindo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico já não a tolera" 27 de Maio de 2014 às 07:40 247 – O escritor Eduardo Galeano colocou em questão seu maior clássico: "As Veias Abertas da América Latina", publicado nos anos 70. Aos 73 anos, o uruguaio Galeano renegou o livro, afirmando que o texto era ruim. “Veias Abertas' pretendia ser um livro de economia política, mas eu não tinha o treinamento e o preparo necessários", disse Galeano em uma feira de livros no Brasil, em homenageado pelo 43º aniversário da publicação do livro. Ele afirma ainda que não seri

A misteriosa desaparição do subcomandante Marcos

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Zapatista anuncia que seu personagem “foi uma máscara” e deixou de ser necessário. Resta dúvida: ele sairá de cena? Ou se converterá em Subcomandante Galeano? Por Isaín Manjuano | Tradução: Inês Castilho - Leia Mais: a íntegra (em castelhano) do comunicado de Marcos, lida ontem, em La Realidad (Chiapas). Ou uma seleção dos trechos-chave, preparada pela jornalista Marta Molina. - Meu imaginário militante foi forjado pelo personagem Marcos. Seu autor (não importa quem ele seja) construiu conscientemente um arquétipo muito poderoso quando vestiu um passa-montanha e afirmou: a história nãoacabou, nem nunca acabará. Da Selva Lancadona, no México, emitia seus comunicados, belíssimos textos de inestimável valor político e estético, que nós, ainda adolescentes, sorvíamos por meio das traduções do Emílio Genari. O nosso guerrilheiro ideal era um escritor que fazia uso da nascente internet para chegar a corações e mentes do mundo todo. E era t

Juiz Eugênio Rosa de Araújo volta atrás e agora considera candomblé e umbanda como religiões

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Em nota, Eugênio Rosa de Araújo admite ‘forte apelo dado pela mídia e pela sociedade civil’ RIO – O juiz da 17ª Vara de Fazenda Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, reviu os fundamentos da sentença em que havia declarado que candomblé e umbanda não se tratam de religiões e sim de cultos. A mudança de postura foi anunciada no início da noite desta terça-feira (20) em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Justiça Federal do Rio de Janeiro. No texto em que admite o erro e modifica parte do conteúdo da sentença, ele afirma que “o forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil, demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões”. Eugênio Rosa, que havia sido alvo de pesadas críticas pela declaração inicial, reforça que está promovendo uma “adequação argumentativa para registrar a percepção deste Juízo de se tratarem os cultos afro-brasileiros de religiões”. Em outro trecho do novo texto, ao falar sobre

Campanha Somos Todos Macacos. “Esse slogan foi um tiro no pé”, Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros

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‘Não é tão fácil assim combater o racismo’, afirma ministra da Igualdade Racial   Direto da estrada, após uma visita às comunidades tradicionais do interior do Rio de Janeiro, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, conversou com o  Poder Online  sobre os desafios para o combate ao racismo no país. “Ficou evidente que não é tão fácil assim combater o racismo”, afirmou Luiza com relação à campanha Somos Todos Macacos. “Esse slogan foi um tiro no pé”, completou a ministra. Diante da movimentada agenda legislativa e prestes a aprovar o projeto de lei que institui cotas para os concursos públicos do Executivo, a ministra defendeu que “é preciso que os negros estejam em todos os ministérios, para que as políticas públicas reflitam a diversidade brasileira”. Além disso, a ministra aproveitou para mandar um recado aos deputados e senadores: “espero que o Congresso, ao tomar suas decisões, opte por reafirmar

Livro conta como as mulheres abraçaram a causa e exterminaram judeus na II Guerra Mundial

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A serviço do nazismo Comício nazista: compromisso com a maternidade era fundamental para o regime RIO - Liesel Wilhaus era a ambiciosa filha de um comerciante de Saarland, no Sudoeste da Alemanha. Em 1942, ela finalmente teve a oportunidade de deixar a classe trabalhadora. Seu marido, Gustav Wilhaus, assumiu o comando do campo de concentração de Janowska, na Polônia. Liesel ocupou-se em reformar o casarão onde foram morar. Na varanda recém-construída no segundo andar, começou a praticar um “esporte”: testava sua pontaria com um rifle, matando os judeus que passavam pelo quintal. A filha Heike, ainda criança, era sua maior admiradora. Liesel é só um exemplo de um capítulo ainda pouco estudado da História do nazismo: a participação das mulheres no regime de Hitler. Testemunhas, cúmplices e assassinas eram regidas pela mesma ideologia. Deveriam aceitar a superioridade masculina, manifestar devoção cega e pôr o corpo à disposição do Reich. O direito delas ao

"Justiça Racista?" Part. II

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Há ofensa e fundamentalismo na decisão contrária à umbanda e ao candomblé Publicado a 11 horas atrás, em 16 de maio de 2014 » Atualizado às 20:21 Para Justiça Federal do Rio, candomblé e umbanda deveriam ter um texto sagrado como fundamento e venerar a uma só divindade suprema por  Jean Wyllys A intolerância religiosa e os preconceitos em relações ao candomblé e à umbanda sempre infiltraram os poderes da República e as instituições do Estado que se pretende laico. E talvez pelo fato de essa infiltração ter sido sempre negligenciada, apesar dos seus efeitos nocivos, ela tenha feito desabar um cômodo do Judiciário: a Justiça Federal do Rio de Janeiro definiu que umbanda e candomblé “não são religiões”. Tal definição – que mais se parece com uma confissão pública de ignorância – se deu em resposta a uma decisão em primeira instância do  Ministério Público Federal que solicitou a retirada, do Youtube, de vídeos de cultos evangélicos neopentecostais que promovem

"Justiça racista?"

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Justiça Federal define que cultos afro-brasileiros, como a umbanda e candomblé, não são religião Publicado a 19 horas atrás, em 16 de maio de 2014 » Atualizado às 9:37 Imprimir | Salvar PDF Categoria » Casos de Racismo por Tiago Chagas A Justiça Federal no Rio de Janeiro emitiu uma sentença na qual considera que os cultos afro-brasileiros não constituem religião e que “manifestações religiosas não contêm traços necessários de uma religião” . A definição aconteceu em resposta a uma ação do Ministério Público Federal (MPF) que pedia a retirada de vídeos de cultos evangélicos que foram considerados intolerantes e discriminatórios contra as práticas religiosas de matriz africana do YouTube. O juiz responsável entendeu que, para uma crença ser considerada religião, é preciso seguir um texto base – como a Bíblia Sagrada, Torá, ou o Alcorão, por exemplo – e ter uma estrutura hierárquica, além de um deus a ser venerado. A ação do MPF visava a retirada dos vídeos po

“O 13 de maio foi uma das maiores crueldades contra a população escrava do Brasil”, afirma historiador

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“Do ponto de vista produtivo, a mentalidade empresarial brasileira continua sendo a mesma mentalidade das oligarquias dominantes do século XIX” O 13 de Maio, data da Abolição Oficial da Escravatura no Brasil, perdeu muito de seu sentido histórico graças à influência do Movimento Negro, que a renega por ter conduzido, durante muitos anos, à falsa noção de que a liberdade dos povos escravizados teria sido uma dádiva de uma princesa. O 20 de Novembro, data de morte do herói nacional Zumbi dos Palmares, passou a integrar o calendário de comemorações do povo negro, reivindicando, assim, a autoria de sua própria histórica. A audácia e articulação dos militantes negros fizeram prosperar uma nova interpretação da História nacional, que ganhou impulso com a criação da Lei 10.639, em 2003, introduzindo o estudo da História dos afrodescendentes no currículo escolar. Ainda assim, o 13 de Maio continua sendo objeto de acalorados debates, vide artigo de Zulu Araújo postado mais abaixo.