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Democratização da Mídia: Movimentos de comunicação marcam ato na sede da Rede Globo
26.6.13
Jose Nicolau
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O protesto deve ser realizado na próxima quarta-feira(3) A ideia é aproveitar a efervescência política para pautar a democratização da mídia |
Movimentos
que defendem a democratização dos meios de comunicação realizaram na noite de
ontem (25) uma plenária no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São
Paulo, para traçar uma estratégia de atuação. A ideia é aproveitar o ambiente
de efervescência política para pautar o assunto. Concretamente, cerca de 100
participantes, decidiram realizar uma manifestação diante da sede da Rede Globo
na cidade, na próxima quarta-feira (3).
A
insatisfação popular em relação à mídia foi marcante nas recentes manifestações
populares em São Paulo. Jornalistas de vários veículos de comunicação, em
especial da Globo, foram hostilizados durante os protestos. No caso mais grave,
um carro da rede Record, adaptado para ser usado como estúdio, foi incendiado.
Na
plenária de ontem, o professor de gestão de políticas públicas da Universidade
de São Paulo, Pablo Ortellado, avaliou que os jornais Folha de S. Paulo, O
Estado de S. Paulo, a revista Veja e a própria Globo, por meio de editoriais,
incentivaram o uso da violência para reprimir os manifestantes. Mas em seguida
passaram a colaborar para dispersar a pauta de reivindicações que originaram a
onda de protestos, ao incentivar a adoção de bandeiras exteriores à proposta do
MPL – até então restrita à revogação do aumento das tarifas de ônibus, trens e
metrô de R$ 3 para R$ 3,20.
Os
movimentos sociais, no entanto, ainda buscam uma agenda de pautas concretas
para atender a diversas demandas, que incluem a democratização das concessões
públicas de rádio e TV, liberdade de expressão e acesso irrestrito à internet.
“Devíamos
beber da experiência do MPL (Movimento Passe Livre) aqui em São Paulo, que além
de ter uma meta geral, o passe livre, conseguiu mover a conjuntura claramente
R$ 0,20 para a esquerda”, exemplificou Pedro Ekman, coordenador do Coletivo
Intervozes. “A gente tem que achar os 20 centavos da comunicação. Achar uma
pauta concreta que obrigue o governo federal a tomar uma decisão à esquerda e
não mais uma decisão de conciliação com o poder midiático que sempre moveu o
poder nesse país”, defendeu.
“A
questão é urgente. Todos os avanços democráticos estão sendo brecadas pelo
poder da mídia, que tem feito todos os esforços para impedir as reformas progressistas
e para impor uma agenda conservadora, de retrocesso e perda de direitos”,
afirmou Igor Felipe, da coordenação de comunicação do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A
avaliação é que apesar de outras conquistas sociais, não houve avanços na
questão da democratização da mídia. “Nós temos dez anos de um processo que
resolveu não enfrentar essa pauta. Nós temos um ministro que é advogado das
empresas de comunicação do ponto de vista do enfrentamento do debate público”,
disse Ekman, referindo-se a Paulo Bernardo, da Comunicação.
Bernardo
é criticado por ter, entre outras coisas, se posicionado contra mecanismos de
controle social da mídia. “Eu não tenho dúvida que tudo isso passa pela saída
dele. Fora, Paulo Bernardo!”, enfatizou Sérgio Amadeu, professor da
Universidade Federal do ABC e coordenador do programa Praças Digitais da
prefeitura de São Paulo.
Amadeu
acusa o ministro de estar “fazendo o jogo das operadoras que querem controlar a
Internet” e trabalhar para impedir a aprovação do atual texto do Marco Civil do
setor. “Temos uma tarefa. Lutar sim, para junto dessa linha da reforma política
colocar a democratização”, afirmou.
Rosane
Bertotti, secretária nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores
(CUT) e coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da
Comunicação, enfatizou a importância da campanha de coleta de assinaturas para
a proposta de iniciativa popular de uma nova lei geral de comunicação.
O
projeto trata da regulamentação da radiodifusão e pretende garantir mais
pluralidade nos conteúdos, transparência nos processos de concessão e evitar os
monopólios. “Vamos levá-lo para as ruas e recolher 1,6 milhão de assinaturas.
Esse projeto não vem de quem tem de fazer – o governo brasileiro e o Congresso
–, mas virá da mão do povo”, disse.
Fonte: http://www.informacoesemfoco.com/2013/06/democratizacao-da-midia-movimentos-de.html