Hegemonia estadunidense: ascensão ou declínio?
José
Rubens Mascarenhas de Almeida*
Resumo:
Retomamos
o debate acerca do declínio – ou não – do império estadunidense, que ocorreu, sobretudo,
nos anos 1990, a partir das análises de uma série de autores críticos e pró-estadunidenses,
numa conjuntura em que a economia daquele país passava por curtos ciclos de
crescimento e crises cada vez mais longas. A crise capitalista atual extrapola
seus aspectos financeiros e, na tentativa de superá-la, os gastos são
astronômicos e ocorrem em curtíssimos lapsos de tempo. Nesse contexto, a
simbiose entre a hegemonia estadunidense/capitalismo transnacionalizado
demonstra que a crise de um é inseparável da crise do outro.
Palavras-chave:
Hegemonia.
Imperialismo. Transnacionalização.
O debate
sobre se há ou não um declínio do império estadunidense ainda é uma questão que
se repõe de modo bastante candente. Apesar de ter se dado nos anos 1990, quando
uma série de autores pró-estadunidenses e críticos renomados o levantaram numa
conjuntura em que a economia daquele país vinha de ciclos de crescimento cada
vez mais curtos e crises cada vez mais longas¹.
No campo conservador, Brzezinski (1997)
pontifica suas teses apontando para a existência da primeira e última potência
verdadeiramente global, com o estabelecimento da supremacia dos EUA sobre o
planeta em todos os âmbitos: militar, econômico, político, cultural,
tecnológico etc. Tanto para Brzezinski quanto para Fukuyama (1992) e Nye
(2002), os EUA estariam fadados² à
hegemonia, participando ativamente do processo de implantação do capitalismo e
da democracia burguesa como formas definitivas de organização político-econômica
mundial. Um processo tão definitivo quanto irreversível, como o império, de Hardt
& Negri (2001), embora, para estes autores, um império sem centro. As entrelinhas
desses discursos expressam uma forte preocupação com a instabilidade do império
estadunidense num processo sobre o qual a perda de controle dos EUA é cada vez
maior. Portanto, continua pairando uma questão pertinente a estas pretensas
análises: passada mais de uma década, cabe avaliar se os EUA são o primeiro e o
último poder efetivamente planetário?
Direitos reservados ao autor do artigo e também PUC e o Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais - NEILS
José Rubens Mascarenhas de Almeida*
*
Professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; coordenador do Museu
Pedagógico/ UESB. End. eletrônico: joserubensmascarenhas@yahoo.com.br
¹ A este
respeito, consultar, dentre outros, Kennedy (1989), Messadié (1989),
Wallerstein (2004).
² Em seu
livro de 1990, Bound to Lead: The Changing Nature of American Power,Nye previu
a ascensão contínua do poder
estadunidense, em contraposição ao historiador Kennedy (1989), que vislumbrava
a decadência do império em questão.
Link para o artigo completo: http://revistas.pucsp.br/index.php/ls/article/viewFile/18858/14014
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