MADRE MAURINA, PRESA, TORTURADA E ESTUPRADA PELA DITADURA

Com ajuda do MRT – Movimento Revolucionário Tiradentes, e da Rede – Resistência Democrática, a VPR planeja o sequestro do cônsul japonês. No dia 11 de março de 1970, Okuchi deixa o consulado às 18 horas e vai para casa, na rua Piauí, Higienópolis. Na esquina da lagoa com a Bahia, o motorista freia para não bater no fusca azul que lhe corta a frente. Reclama de “barbeiragem” sem ver o rapaz que segurava uma metralhadora . Em segundos, três homens levam o cônsul para outro fusca, vermelho. No banco de trás vendado, cabeça no colo de um sequestrador, segue para casa de um sequestrador, em Indianópolis. O sequestro visava a libertação de cinco presos e asilo destes no México.

A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo “Rubens Paiva” registrou na audiência pública realizada nesta segunda-feira (21/10) depoimentos sobre violência sofrida por Madre Maurina Borges. A religiosa foi presa no dia 25 de outubro de 1969. Em circunstâncias pouco esclarecidas, livrou-se do cárcere, foi banida para o México, em troca da libertação do cônsul japonês Nobuo Okuchi, em 1970.
Esclarecer requer romper com um pacto de silêncio mantido inclusive pela Igreja Católica e pelas forças da repressão que a sequestraram . A busca pela verdade sobre essa e outras histórias barram num forte desejo de esquecimento silêncio. “Infelizmente ainda estamos no estágio da Memória. A Verdade, o Brasil não está querendo aceitar até agora. A Verdade seria [trazer à tona] todos esses fatos e a cadeia de repressão r”, afirmou Adriano Diogo, presidente da Comissão “Rubens Paiva”.




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